terça-feira, 31 de janeiro de 2012

NOTICIÁRIO.



Como é bom poder retomar esse hábito! 

Não sei se sentiram falta do Blog, que subitamente foi "descoberto" pelos meus concidadãos, graças ao post que tinha minha querida cidade como tema. 

Sejam todos bem vindos.

Apesar do título, não esperem ler aqui um resumão das tragédias que acompanhamos na mídia. Minhas pretensões são bem outras.

Nem dez dias parado e parece que fiquei um mês sem escrever. Aliás,  o Antinflamatório faz aniversário de um mês amanhã. Não, eu não vou soltar foguetes, fiquem tranquilos, meus vizinhos.

Até pensei em continuar a escrever o Blog naquela Lan House de Varginha, enquanto esperava a Fabi fazer o seu curso, mas é impossível raciocinar direito quando cerca de 10 moleques estão trocando tiros nos jogos de computador. Aliás, se a razão dos fones de ouvido é não permitir que o som do seu jogo incomode o seu vizinho, pra quê inventam de colocar microfones? A molecada conversa entre si online e dá-lhe grito. Nem pensei em entrar no jogo, eles são "matadores profissionais"! Enfim, foi até divertido.

A "novidade" do dia é que eu estou surdo. Quer dizer. Meio surdo. Aquela gripe fortíssima com dor de ouvido que eu tive entre o Natal e o Réveillon me deixou um presentinho de grego, revelado ontem pelo Dr. Flaviano: uma "disfunção tubária" - que é como chamam um canal auditivo logo depois do tímpano. 

Tem um "gato na minha tuba!" 

Aliás, pra quem, como eu, sempre achou a orelha parecida com uma concha acústica, os nomes são bem interessantes: tímpano! tuba! trompa de Eustáquio! (o outro nome da Tuba, parece que não decidiram qual instrumento homenagear. Deve ser culpa do tal Eustáquio).

Tem uma orquestra inteira ali dentro! Se somar o martelo e a bigorna, dá até pra fazer um "pós industrial sinfônico". Grandioso.

Ainda bem que estar meio surdo não me atrapalhou de compor as músicas com o pessoal da banda. E digo pra vocês: se escutando METADE da coisa eu já estou achando tudo fenomenal, que pancada devem ser aquelas músicas! Estou só fazendo um merchandising aqui: Rural Willys, anotem esse nome. Mas podem chamar carinhosamente de RURAL mesmo,  até combina com esse meu jeitão de "roqueiro jacu".

Enquanto isso, lá no Grupo de Espondilíticos do Facebook (ele existe no Orkut também, mas o "Face" tá mais na moda), a turma continua tendo boas idéias.

A Patrícia Krug resolveu pegar no pé do Senador Aécio. Eles são amigos (sei lá se virtuais ou de infância) e a pressão pra que os políticos escutem a nossa categoria - que pode até ser capenga, mas é barulhenta - tá grande. No mínimo devemos estar chamando a atenção de um assessor responsável pelo Facebook do Senador. Bem, eu vou fazendo a minha parte aqui, à minha maneira. 

Aliás, a Patrícia é uma grande pintora. Em breve vou expor o trabalho dela (que pra mim é um MIX de Miró com Monstros S.A, uma graça) e o de outros irmãos talentosos por aqui. 

Meu "desafio de leitura" segue em frente. Pra quem não sabe, inventei uma gravura, a exemplo daquelas que o pessoal posta no Facebook ("essa pessoa vai beber uma dose de cachaça a cada curtir" ; "essa pessoa vai beijar uma pessoa diferente no carnaval pra cada curtir") vocês sabem o que eu estou dizendo.

O meu dizia: "Essa pessoa lerá um livro pra cada curtir". Como esperado, não tive muitos compartilhamentos. Mas quando dei um basta, já eram 42 "curtir". (E mais 6 de lambugem - o povo fala "lambuja", já notaram? - depois do meu grito desesperado de chega!).

Bem, janeiro quase acabou e estou no finalzinho do 5º livro. E o 6º já foi-me presenteado pela minha amantíssima esposa: aquele, das gordinhas, do Jô Soares. (As esganadas).

Essa semana também começa o carnaval antecipado aqui na roça. Belíssima estrutura. Se a ideia era não fazer o povo fugir da cidade, antecipando o carnaval e criando uma boa opção, digo que acertaram em cheio. Devem até atrair os nossos vizinhos. Tomara que continuem no próximo ano, já que a tendência dos eventos na cidade é que fiquem menores e menores até desaparecer de vez.

Eu não gosto de carnaval. Só do feriado. Não saber dançar - e não poder pular - pouco ajuda também. Ter parado de beber só contribui, já que agora sou obrigado a aturar a coisa toda sóbrio. Meu "carnaval" vai ser no meio do ano, lá no 
Roça n' Roll . Atenção pessoal: esse ano eu entro!

É que há uns anos atrás estava tão divertido lá fora, a galera tão animada,  e eu bebi tanto ANTES de entrar que a Fabi achou melhor remover aquela girafa roqueira bêbada, trançando as quatro patas (eu estava de muletas) antes que pudesse dar mais trabalho. Uma pena. Pelo que demonstrei, eu tinha tudo pra ganhar o troféu Linda Blair de vômito a distância. Eca.

Vou ficando por aqui. Resolvi atualizar o "noticiário", pra retomar as idéias e  relembrar como se escreve. 

E também porque estava com saudades disso tudo. E vocês?


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

VOLTO LOGO.


É engraçado como às vezes a gente planeja uma coisa e ela simplesmente não acontece, por mais que nos esforcemos.

Planejei escrever nesse Blog quase todo dia. 

Agora me vejo cheio de idéias, mas sem tempo pra escrever. 

Os motivos são bons, e justos: semana cheia, com consultas (que são feitas em outra cidade), curso de fotografia da Fabi (finalmente vou sair bem em uma foto. Acho).

Pra quem reclamou de saudade aqui ou em qualquer outro meio, seja inteiro, seja e-mail, fica a promessa de que daqui a pouco eu volto. 

Meu "daqui a pouco" é igual o "logo ali" dos Mineiros. Pode até demorar um tanto. Mas sempre chega.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

PONTEARTA.


A cidade que eu escolhi é pequena. Bem pequena. 



Aqui, não tem livraria, não tem cinema, não tem shopping center, não tem danceteria, não tem metrô, não tem restaurante de comida chinesa, japonesa ou alemã, não tem rodoviária, não tem teatro, não tem semáforo, elevador, escada rolante ou linha de ônibus urbano.



Aqui, as pessoas acordam cedo, vão à pé pra quase todo lugar (embora alguns gostem mesmo é de andar de carro, com o som muito, mas muito alto), dão bom dia mesmo p'raqueles que elas não conhecem e sabem o seu nome mesmo que você ainda confunda o delas.



Aqui, algumas pessoas ainda vão à venda de trator, e "estacionam" os cavalos na frente do barzinho, quem sabe aproveitando os ganchos fincados nos meios fios que, afinal, foram colocados ali décadas atrás pra se amarrar as rédeas mesmo.



Quando alguma entidade precisa de dinheiro, faz uma quermesse com leilão de gado e "bingo de frango". Você compra a cartela, baratinho, e na primeira batida ganha um frango assado ainda pelando, que pode comer ali mesmo. É só pedir pra cortarem. Se tiver sorte, também ganha uma garrafa de vinho pra acompanhar.



A cidade que eu escolhi não gosta muito de rock, gosta mais de música caipira ou sertaneja, dependendo da idade de quem tá ouvindo. Felizmente encontrei bons amigos pra compartilhar as minhas paixões musicais, cinematográficas e até literárias. E tem um pessoalzinho jovem que se diverte do mesmo jeito, ouvindo Beatles ou Tião Carreiro. Indispensável mesmo é a cerveja.



Aqui, sua profissão acaba virando sobrenome. É o fulano do Banco do Brasil, ou o sicrano do Posto, ou o beltrano Padeiro. Ou então acabam te conhecendo  por aqueles que te amam. Pode ser o "filho do Toninho pedreiro" ou o "neto do Chiquinho do cascalho", até mesmo o "Alexandre da Fabiana". Pois é. Aqui eu tenho dona, e é melhor não duvidar disso.



Os visitantes mais desavisados às vezes se assustam com os anúncios de falecimento nos auto-falantes da Igreja. Diz uma lenda que há muito tempo, um padre, ao ser expulso, jogou uma maldição na cidade: quando morrer um, mais seis o acompanharão. Sei lá, quase sempre acabo contando, na maioria das vezes parece mesmo verdade. 



Aqui, felizmente, não se morre muito de morte matada. E eu sempre me espanto porque acho grande o número de pessoas que resolvem tirar a própria vida. Só que ninguém pula da ponte que deu o nome antigo à cidade. Que nem era tão alta assim. 



Aqui também se bebe muito. E já começam a ecoar estórias envolvendo uso de drogas mais pesadas. Fato é que há poucos anos ainda largavam as portas das casas abertas e paravam os carros na rua deixando a chave no contato. Hoje, é aconselhável não arriscar. 



Aqui realmente vivemos em sociedade. Pro bem ou pro mal. Não pense você que conseguirá fazer alguma coisa escondido. Qualquer coisa. Sorte sua que não anunciam nos auto-falantes da Igreja. Nem precisam.



Por outro lado, não pense também que vai te faltar uma mão estendida se estiver em dificuldades no meio da rua. Você pode até não conhecer as pessoas direito, mas todos te conhecem. E conhecem o seu endereço e até as suas dificuldades físicas, mesmo que não saibam exatamente do que se trata.



A rádio daqui é comunitária, mas as pessoas gostam mesmo é da rádio da cidade vizinha. Que toca as mesmas músicas que a rádio daqui, ao menos é o que parece pra mim. Mas confesso que quase não ouço rádio. Minha mãe adora. É muito diferente do que ela está acostumada a escutar nas rádios de belzonte.



Dizem que quem chega aqui solteiro acaba ficando enrabichado. Eu fiquei. Deve ser culpa dessa mistura de italianos e gente da terra, que legou um povo tão bonito, homens e mulheres. 



A política local, por aqui, é coisa muito, mas muito pessoal. Sabe quando envolve aquelas brigas entre famílias, de séculos atrás, parecendo estória do Shakespeare? Pois é. Temos também os nossos Montecchios e Capuletos. Mas é melhor não mexer nesse vespeiro.

Dizem que o etê de Varginha resolveu visitar minha cidadezinha primeiro. Mas acabou escolhendo uma cidade maior pra cair com seu disco voador. Que pena. Ele ganhou um sobrenome e nós perdemos uma boa fonte de renda. Mas as estórias permanecem e são divertidíssimas.

Dizem também que aqui tem lobisomem. Em algumas noites de lua cheia eu quase acredito. Dá vontade de uivar, isso é certo. De mula sem cabeça eu não fiquei sabendo. É fato que vez ou outra aparecem umas "mulas descabeçadas", que derrubam árvores sobre os postes da cidade e nos deixam, mais uma vez, às escuras. Como falta luz na minha cidade! Também é certo que já foi pior.

Como gostam de fogos de artifício, os meus concidadãos! Soltam foguetes pra anunciar casamento, noivado, batizado, comunhão, aniversário, quermesse, liquidação de colchões, inauguração de farmácia, saída de romaria, chegada de romaria... acho que soltam foguetes até pra avisar que chegou remessa nova de foguetes na venda.

Há pouco tempo um helicóptero ficou um dia inteiro sobrevoando a cidade. Quem quisesse - ou pudesse- pagar, podia arriscar um vôo panorâmico de 10 minutos. Muita gente foi. Muita gente provavelmente também tentou abater a máquina à estilingadas, coisa mais barulhenta. Eu achei desnecessário. Era um daqueles helicópteros pequenos, cujo modelo é o recordista mundial de acidentes. Ainda bem que não caiu.

Quem nasce aqui vive querendo ir pra cidade grande. Nem precisa ser capital. Varginha, Poços de Caldas ou Juiz de fora já servem, e ganham ares de capital nas postagens do Facebook. Muita gente sai, cansada das mesmas coisas que aqueles, que chegam das cidades maiores, elogiam. A verdade é que, quem sai, uma hora aprende a valorizar.

Aqui não existem pivetes, mendigos e favelas. Existe pobreza, é claro. Mas não se vê miséria. Trânsito? Talvez no domingo, na hora da missa. E só ao redor da praça. 

Quando eu fiquei sabendo o nome da cidade pra qual eu ia me mudar, há 10 anos atrás, provavelmente tive a mesma reação de todas as pessoas de fora: 

- Hein? 

- Monsenhor Paulo. Sul de Minas Gerais. Pertim de Varginha. 

- Hã?

É assim mesmo. Ficamos escondidinhos no mapa. Em alguns mapas, nem aparecemos. Entretanto, se você procurar direitinho, vai poder nos ver pelo Google Earth. Só que ainda não dá pra dar um zoom muito detalhado.

Você pode não ter visto: nossa cidadezinha é "global". Já aparecemos no Fantástico, em uma estranha matéria que envolvia cuecas aparecendo, calças caídas e skatistas. Coisa mais cosmopolita.

Tudo isso numa cidade que ainda tinha ruas calçadas com "pé de moleque". Hoje asfaltaram tudo. Por cima dos pés de moleque. Daqui a pouco eles voltam. Ah é: também já temos pista de skate. E nenhum médico especializado em fraturas. É melhor não cair.

Muitas pessoas na minha situação, doentes crônicos, com dificuldades de locomoção e necessidades as mais diversas às vezes duvidam da minha opção. Olhando de longe, é mesmo temerário viver fora de um grande centro, sem acesso direto aos melhores hospitais e as modernidades que toda cidade maior oferece.

Não discuto com eles. Acho que cada um acaba descobrindo o que é melhor pra si. Algumas pessoas preferem a comodidade dos grandes centros. Eu escolhi ser acordado bem cedo pelo vôo barulhento das maritacas e pelo cancioneiro da passarinhada, pela conversa dos compadres indo pra roça - alguns de trator. Ser acordado pela barulhada das crianças brincando no meio da rua. 

Deixei uma cidade de 4 milhões de habitantes estressados pra me encontrar de verdade em uma cidade de 8.600 almas gentis. 

A cidade que escolhi pra viver o resto dos meus dias.

Minto. Eu não escolhi nada.

Acho que essa cidadezinha é que me escolheu. Sorte a minha.


Fantástico. <---- ("aperta" procê ver).









Já faz algum tempo que estou com esse tema na cabeça. Pode ser por causa das mensagens dos amigos mais antigos, que acabam me fazendo lembrar de uma outra época, de outros lugares, talvez por causa de acontecimentos peculiares do local onde eu vivo, por uma sugestão da Fabi ou até mesmo porque a Etta James morreu hoje e o meu som ficou tocando as músicas dela à exaustão, e, pelo menos pra mim, a At Last tem "cheiro" de casa da gente no final de uma viagem longa.



quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

TROCANDO RECEITAS.




Nenhum gato - ou diabo - foi maltratado na confecção desse texto.


Unha de gato, ferroada de abelha, garra do diabo, sementes de sucupira, leite de coco e arnica à gosto... cozinhar em fogo baixo em uma câmara hiperbárica.

Lendo assim parece aquelas receitas das fórmulas mágicas das bruxas. Vai saber quantos foram queimados na fogueira até que isso se transformasse em sabedoria popular. 

Chega um momento na vida de todo doente crônico em que ele começa a "colocar em cheque" a eficácia da medicina tradicional e passa a experimentar ávidamente todo tipo de receita que aparece pela frente. 

É a hora em que todos nós nos tornamos "especialistas" em alguma coisa que, afinal, conhecemos pouco, mas que nunca hesitamos em indicar, porque nos fez bem. "Se funcionou comigo, VAI funcionar pra você".

Vivemos trocando receitas. Parecemos aquelas comadres cozinheiras, ficamos loucos pro próximo encontro, quando vamos indicar a nossa fórmula secreta do "picadinho gambá" e receber em troca o "kibe de tabuleiro do Tio Walid".

Podem até me criticar, me chamar de cético ou de crítico descrente. Mas falo com conhecimento de causa. 

Já troquei minhas receitas. E experimentei as dos outros, com resultados variando entre o "nada" e o "um pouco melhor".

Já fiquei deitado em uma maca enquanto um malucão escolhia as abelhas mais gordinhas com uma pinça e carcava o bumbum aferroado delas nas minhas costas. Comigo funcionou. Ardeu TANTO que, por uma meia hora eu esqueci a dor nos ossos. Depois eles voltaram a doer.

As ervas então, com aqueles nomes tenebrosos que fariam o Aleister Crowley se orgulhar:

Unha de gato: é uma danada de uma trepadeira que dá simpáticas flores amarelas e possui um pequeno espinho curvo saindo do caule, no formato mesmo das unhas do felino. Mas que geralmente vem em forma de um pó pra chá marrom (e bem amargo) ou em cápsulas. 

Meu pai relatou um resultado super positivo com as cápsulas. Em mim, só aumentou o número de idas ao banheiro, vai ver que, mesmo seguindo a prescrição contida no potinho, eu tomei em excesso.

Muita gente relata um alívio das dores e da rigidez. Não duvido.

Acho que sou voto vencido, mas devemos levar em conta que, se o próprio tratamento alopático funciona de maneira diversa em duas pessoas, o tratamento alternativo não poderia ser diferente.

Em minhas "pesquisas" (acreditem, eu normalmente não saio jogando as palavras aqui sem antes dar ao menos uma "checada") li que ela possui um efeito imunoestimulante e "não devem ser utilizadas com imunossupressores" (um desafio pra quem, como eu, toma toneladas de imunossupressores), pode potencializar a ação anticoagulante ("afina o sangue" - cuidado com os pré-operatórios) e possui um caráter anti-conceptivo. Engravidou, nada de se arranhar com unha de gato!

Garra do Diabo: é uma plantinha rasteira em que floresce uma flor lilás muito bonita. A razão do nome, como deveria de ser, fica lá embaixo da terra: raízes retorcidas e espinhosas, lembram mesmo coisa do Tinhoso. Outros atribuem o nome aos frutos, também espinhosos, que se agarram nos pelos dos animais e na roupa dos incautos. Também é consumida em forma de chá (bem mais comum) e cápsulas.

A exemplo da unha de gato, não funcionou comigo. Pelo menos não me mandou pra casinha. Acho que essas unhas e garras não me arranham. De espinhosa, basta a vida, vai saber.

Meu pai também gostou delas. Acho que ele deve ter sido um pajé ou xamã em alguma encarnação passada, porque além de ter uma inclinação natural pelos medicamentos naturais, eles funcionam muito bem com ele.

Também já li muita gente relatando as benesses do composto. 

O "sinhô google" avisa que o uso em dosagens maiores também pode causar  gastrites, náuseas e diarreias (também chamadas de "exorcismo de cócoras"). Também é contraindicado para grávidas. E pessoas com diabetes. Talvez por ser diabo demais pra uma pessoa só.

Sementes de Sucupira: é uma semente ovalada e fina, pra mim lembra um pouco o caroço da ameixa. Consome-se na forma de infusão (extrato) ou chá. Mas encontrei nos meus passeios pela internet uma versão em cápsulas à venda. 

Algumas pessoas fazem um "vinho com sucupira": colocam as sementes cortadas em pedaços médios dentro de uma garrafa de vinho branco e deixam lá, "curtindo" por 10 dias. Depois consomem em forma de "xarope" (não vá entornando numa taça), três colheres de sopa para meio copo de água.

Meu pai me enviou um pacote. Não utilizei porque achei o chá muito "complicado" de fazer. Coincidentemente, um tio avô da Fabi estava desesperado atrás dessas sementes. Como me agradeceu quando o presenteei com o pacote. Disse que o chá faz milagres pra sua asma. Não duvidei.  

Encontrei um aviso bem sério sobre o seu uso:

Parece que existem muitas espécies de Sucupira, umas bem mais tóxicas que as outras. Por não serem solúveis em água, os compostos tóxicos apresentam pequena concentração quando em uso como chá. Porém, seu uso contínuo pode acarretar uma posterior "toxidade crônica", que vai se "disfarçar" em uma série de problemas de saúde, principalmente nos idosos. 

É o que afirmou em uma entrevista de 21 de outubro do ano passado a Coordenadora de Pesquisa em Produtos Naturais Bioativos da Unicamp, Mary Ann Foglio. Parece que essa semente sequer foi liberada pela Anvisa. Melhor tomar cuidado...

Com toda "receita" é assim. Umas funcionam, outras desandam. Umas dão diarreia, outras emagrecem ou engordam. Tudo isso é natural. 

O que eu não acho natural é a pessoa ficar completamente descrente do tratamento comum, da alopatia, dos cuidados médicos tradicionais. E se fiar completamente nesses tratamentos alternativos. Tratá-los como milagrosos. 
Os mais "xiitas", então, chegam a abandonar qualquer outro tipo de tratamento em prol do que é "natural".

Medicamento fitoterápico também é medicamento, alertam os especialistas. Possuem dosagens, efeitos colaterais e contra indicações. Não deve-se administrar de maneira irresponsável.

Quando eu era adolescente descobri as bandas independentes, o som "alternativo". Entrei de cabeça no pós punk, no industrial, no hardcore ainda em seus primórdios. 

Depois descobri que aquilo tudo era sim, muito bom, mas era apenas uma maneira diferente, complementar, de se fazer o bom e velho rock and roll. 

Acho que isso também funciona no caso das receitas alternativas de medicamento que tanto gostamos de trocar.

Uns as adoram ao ponto do fanatismo, outros nem ligam pra elas. Muitas realmente funcionam, mas nem com todo mundo.

Tudo isso deve ser levado em conta. São importantes, mas jamais devem ser tratadas como atores principais, mas sim como úteis coadjuvantes  no seu  tratamento.




Ah, é!





KIBE ASSADO DE TABULEIRO DA MORGANA


        
        500 g de carne moída
         250 g de trigo pra kibe
         1 cebola grande ralada
        3 dentes de alho picadinhos
         3 galhinhos de hortelã picados
         Sal, orégano e cheiro verde a gosto
         1 colher (sopa) de molho inglês
         2 colheres (sopa) de margarina
         1 tomate sem pele picado
    200 g de mussarela para o recheio

        Modo de Preparo
     Lave o trigo pra kibe e deixe de molho em água por aproximadamente 2 horas.
Escorra bem, apertando pra que saia toda a água.
E Em uma tigela grande, coloque todos os ingredientes, exceto a margarina e o tomate.
   Misture e amasse bem.
     Acrescente a margarina e amasse mais, misturando bem.
     Coloque o tomate e misture.
     Coloque em uma assadeira a metade do kibe.
     Coloque a mussarela.
     Por cima coloque a outra metade cobrindo bem.
    Cubra com papel alumínio e leve ao forno pré aquecido por 55 minutos.
    Retire o papel e deixe mais 5 minutos no forno para dourar.



PICADINHO GAMBÁ

3 colheres (sopa) de óleo (ou azeite).
1, 5 kg de coxão mole ou filé mignon cortado em cubinhos.
1 cebola picada
2 dentes de alho picados
1 folha de louro
Meia xícara (chá) de vinho tinto seco.
1/3 xícara (chá) de rum
1 lata de cerveja preta
1 lata de molho de tomate
1 tablete de caldo de carne esfarelado
sal, orégano e pimenta do reino moída a gosto
1 lata de creme de leite
1 lata de leite (a mesma medida do creme de leite)
2 colheres (sopa) de amido de milho (maizena)
1 copo de requeijão cremoso
1 colher de sopa de margarina
150 g de queijo prato ralado grosso
100 g de queijo parmesão ralado grosso
150 g de queijo cheddar ralado grosso
100 g de batata palha


Modo de Preparo:

Numa panela em fogo médio, coloque 3 colheres (sopa) de óleo ou azeite e doure 1,5 kg de
filé ou coxão mole cortado em cubinhos, 1 cebola picada, 2 dentes de alho picados e 1
folha de louro.

Acrescente meia xícara (chá) de vinho tinto seco, 1/3 de xícara (chá) de rum, 1 lata de
cerveja preta, 1 lata de molho de tomate e 1 tablete de caldo de carne esfarelado.

Cozinhe até a carne ficar macia (+ /- 25 minutos em fogo médio). Tempere com sal, orégano
e pimenta do reino moída a gosto. 

Reserve.

Em uma outra panela - FORA DO FOGO - misture 1 lata de creme de leite (sem o soro), 1 lata
de leite (a mesma medida), 2 colheres (sopa) de amido de milho (maizena - diluir antes em um
pouco de leite), 1 copo de requeijão cremoso, 100 gr de parmesão ralado grosso e sal a
gosto.

Leve essa panela ao fogo médio, mexendo sem parar até engrossar (8 a 10 minutos).

Coloque o picadinho cozido (e reservado acima) num refratário retangular grande. Por cima,
coloque o molho que acabou de preparar. Salpique as 150 gr de queijo prato ralado grosso, as
150 gr de cheddar  e cubra com a batata palha.

Leve ao forno pré aquecido a 200 graus para gratinar por + / - 10 minutos.

Sirva com arroz branco e uma salada.
















 


domingo, 15 de janeiro de 2012


ESCOLHAS...





Quando eu era menino pequeno lá em Belzonte, por volta dos 4 anos de idade, estudava em uma pré-escolinha no meu bairro chamada Instituto Maria Amália. Hoje eu não tenho a menor ideia de quem era a tal Maria Amália e a escolinha virou uma academia de natação, que demoliram pra construir um prédio enorme. Além do amor pelas estórias e pelos livros - já em 1976, ainda sendo alfabetizado, tinha contato direto com os livros e as estorinhas em pequenos discos - os meus favoritos eram os da coleção "disquinho" e os do Coelho Ronaldo (acho que colecionadores ainda se digladiam nos sites por um desses em bom estado), esse período me legou lembranças inesquecíveis.

Eu me lembro muito da Tia Marilda, da canção que cantávamos ao fazer aquela "fila-trenzinho" para subir até as salas e, é claro, daquela que veio a ser minha primeira GRANDE vergonha. 

Imaginem a cena: carnaval. Todas as crianças fantasiadas e soltas no pátio da escolinha (que era aberto pra rua, cercado apenas por uma grade azul). Os pais ao redor, lotando a calçada, "babando" os pequenos foliões. E eu era um dos mais animados. É claro. Estreava a minha fantasia de BATMAN! Não era esse Batman "cool", meio ninja, meio morcego, de chifres pontudos e língua presa que conhecemos hoje. 

Mas aquele Batman das onomatopeias (pow! bam! crash!), o maior sucesso na TV, apesar da barriguinha e do ajudante meio "suspeito". Pois bem, lá pelas tantas, eu curtindo o melhor carnaval de minha vida até então, percebo que sou o centro das atenções. Grande Batman! Todos me apontando, aplaudindo, dando risadas. Até que começou aquele coro: batgirl! batgirl! Hã!? 

Acontece que, em meio àquela empolgação de mestre sala, não percebi que a minha capa havia se desamarrado e caído. Enfim, eu, que aos 4 anos de idade já imaginava estar exalando testosterona e fazendo a bandidagem tremer, estava na verdade desfilando pelo salão dentro de um collant cinza com um morcego amarelo no peito... antes tivessem me vestido de Robin, pô. Até hoje não gosto de carnaval!

Anos mais tarde - 1983 - eu estava acampando em Furnas com meu pai, que foi quem incutiu em mim esse bendito vírus incurável de conhecer cachoeiras e represas, de viajar sempre em contato com a natureza. 

O Camping era imenso, cheio de atividades, parece que, ao menos naquele começo dos anos 80, acampar era a nova mania nacional. E, talvez ainda uma herança do final da década passada, os concursos de dança também. Nenhuma surpresa, até eu descobrir que meu pai havia me inscrito em um desses concursos. Putz! Eu nem tinha me recuperado daquele carnaval 7 anos atrás!

Não. Não vou escrever aqui que entrei no salão e arrasei, um pequeno Michael Jackson branco (na época ele ainda era negro) hipnotizando a multidão com seu talento e criatividade. Na verdade, criatividade eu devo ter tido, sim. Minha apresentação pode ser mais ou menos descrita como "Elvis Presley bêbado com epilepsia". Ao som de Mr. Roboto do Styx! Nem Salvador Dali conseguiria ser tão surrealista. Resultado: desde então, nunca mais dancei sozinho em um salão. Pode ser uma danceteria lotada. Não dá.

Já contei aqui no Blog a minha desventura com a colonoscopia. 

Há alguns meses enfrentei uma terrível situação, fiquei tetraplégico por quase 40 dias, tive que passar por uma série de exames, muitos deles imensamente doloridos e desconfortáveis, culminando em uma punção da medula espinhal, que, se normalmente já era desagradável, se transformou em um verdadeiro pesadelo dada a pequena distância entre as minhas vértebras de espondilítico, quase completamente unidas no que chamam "coluna em bambu". 

Foram duas tentativas muito dolorosas e cansativas,  de quase cinquenta minutos cada uma, pra um procedimento que, normalmente, não levaria dez. Os neurologistas já estavam desistindo pela segunda vez e estudando a possibilidade de sedação e mesa cirúrgica quando, como por milagre, a agulha penetrou minha medula e puderam colher o líquor. 

Você, que está lendo o texto agora, deve estar se perguntando: mas que DIABOS ele está escrevendo? Afinal, o que tem a ver aquelas lembranças de infância do começo do texto com esses exames descritos agora? 

Pois eu respondo. Tudo a ver. E nada a ver.

Tudo a ver, porque quando nós adoecemos e a coisa é mais séria ou grave, ficamos como que crianças se deparando pela primeira vez com alguma coisa que nunca haviam feito. Ficamos medrosos. E, muitas vezes, quando a coisa é desagradável - como aqueles exames - nunca mais queremos repetir. Ficamos traumatizados, preferimos "morrer" a passar por isso de novo. Enfim: fazemos birra. 

E nada a ver porque não se trata aqui de uma experiência ruim com alguma coisa de pouca utilidade prática. Trata-se de dar continuidade a nossa estória, às nossas vivências, sejam boas ou más. 

As duas primeiras situações foram sim, de certa maneira, desagradáveis, traumatizantes até, se eu quiser exagerar. Mas serviram pra definir a minha personalidade. E, cá entre nós, não me tornei uma pessoa menos feliz ou menos "experiente" apenas por não dançar e não gostar de pular carnaval. 

Mas a outra situação é bem mais séria. 

Toda hora me deparo com comentários do tipo: "não faço esse exame nem morto". "Prefiro morrer a ficar em um hospital, ou consultar um médico"... como as pessoas às vezes são infantis, fatalistas e - desculpe a palavra - ignorantes - quando se trata da própria saúde!

Se negar - por medo ou preconceito - a fazer uma coisa da qual pode depender sua vida, a meu ver, é uma espécie de suicídio. 

É não valorizar o maior presente que ganhamos. É desafiar a sorte pra depois jogar a culpa em Deus, no destino ou apenas se dizer azarado. É fazer sofrer de impotência aqueles que nos amam.

Por isso, se você se reconheceu nesses que eu critiquei, da próxima vez que tiver que fazer um exame dolorido ou desagradável, lembre-se de como você era forte quando criança, e fazia aquilo que desconhecia pelo valor da experiência, pela novidade, ou até mesmo pra deixar o seu pai alegre.

Pense em quem você ama. Pense em como a vida, apesar de tudo, é boa. Pense em como as coisas ruins, por mais que se estendam, também passam, que muitas vezes o que é desconfortável agora pode ser fator determinante para uma vida bem melhor mais tarde. 

Pense nisso. Pra que você possa dizer sim ou não às coisas menores. Escolher se vai dançar ou não, e com quem. Ou se vai curtir o carnaval fantasiado de Batman, de Robin, de Pinguim, de Capeta ou de Jack Sparrow gordo e careca.

A escolha é sempre sua.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

VIOLÊNCIAS.




"Assaltaram a gramática
 Assassinaram a lógica...
...Sequestraram a fonética
Violentaram a métrica"










Em 1984 os Paralamas do Sucesso lançaram aquela que muitas pessoas consideram a sua "obra prima". O LP O Passo do Lui trazia sucessos como Óculos, Meu Erro, Fui Eu, Romance Ideal, Me liga, Mensagem de Amor (que já foi tocada até pelo Andreas Kisser do Sepultura) e a música de autoria do Lulu Santos cujos versos do Waly Salomão eu colei ali em cima: Assaltaram a Gramática.

Que coisa! Em 1984 eles já reclamavam, meio em tom de brincadeira, da violência que sofria a nossa pobre Língua Portuguesa. No caso específico, nas mãos de poetas e poetisas (atualmente o termo poeta tem um uso unissex, mas eu sou uma espécie chata de "careta léxico"), que utilizavam-se da licença poética pra fazer suas artes. Mal sabiam eles...

Hoje, 28 anos depois, a coisa não é brincadeira. E pensar que há alguns anos nós debochávamos de quem falava "menas" e "pobrema"! Eu começo a achar que estes, juntos com a turma do "gerundismo", são os expoentes. Os gênios. Os futuros membros da Academia Brasileira de Letras. Porque a situação está feia, meus amigos. O que era arte virou vandalismo. 

Poxa. Todo mundo comete erros. O Português, cheio de regras e mistérios     indissolúveis não é uma língua fácil. 

Eu mesmo há pouco tempo cometi uma "reincarnação" que deve ter feito o Chico Xavier ter acessos de tosse lá no mundo espiritual. Ainda bem que a Bia Roedel, uma abençoada e autointitulada "escritora mirim" me corrigiu a tempo. Morri de vergonha. Que bom. Essa mancada, espero, não reencarna mais.

Erros como esse meu são aceitáveis. Envergonham. Mas passam. Ato falho. 


É o cérebro entrando em "tilt" e escrevendo como se fala. 


Ou são como aquelas dúvidas envolvendo crases e hífens, tratando de palavras com S ou Z, Ç ou SS. Tão pertinentes ao aprendizado, à forma, às regras gramaticais. Tão comuns e, de certa maneira, até perdoáveis. O tipo de dúvidas que transformaram o professor Pasquale em uma celebridade.

E como dói ler o que escrevem na internet! Poucos escapam. 

De pessoas normais, algumas até respeitáveis, à molecada; de "jornalistas" à "famosidades"; é um verdadeiro corredor polonês no meio do qual passa nossa maltratada gramática antes de ser postada na "nuvem", sem uma revisão sequer, sem preocupação, sem  vergonha alguma.

Flexões de número hoje só podem ser confundidas com exercício de academia:

- "vou ali fazer 20 minutos de esteira e depois umas 300 flexões de número".

Só pode.

Como, então, explicar "as coisa", "os menino", "os link", "os post". "Um chopps e dois pastel" deixou de ser piada com regionalismos! Estamos todos nos transformando naquele paulista caricato da feira!

E os "Ais"? Expressão perfeita da dor que sinto quando me deparo com eles.

Mas é mais. Faz é faiz. Traz é traiz.

E como fica o mais? Aquele, da soma? O mais é mais mesmo, ué. O incauto leitor precisa "apenas" ler o restante da frase e, com um pouco de sorte, vai conseguir captar a mensagem.

E as abreviações? Acho que um neurônio suicida-se de puro tédio a cada vez que um preguiçoso comete um abuso desses.

Como toda grande praga, começou pequena. Quase imperceptível. Eu estava lá. Eu vi tudo acontecer desde o começo...

- "você quer tc?", convidava aquela moça no ICQ. 

- "vc quer tc?", escreviam as pessoas nas primeiras salas de chat.

-"ké tc?", escrevem hoje...

De repente a internet virou uma versão tecnológica daquelas plaquinhas de beira de estrada que até seduziam os viajantes mais esfomeados: "Ké Keijo".

Não sei... o que seria de nós sem a recém adicionada ao alfabeto letra K? 

Se antes ela servia apenas para estrangeirismos ou pra criar aqueles nomes tão originais - Keirrison, por exemplo - hoje ela é fundamental.

Não sabe onde está?  Escreva "kd"?

Teve um acesso de riso? Mande uma das maravilhosas "gargalhadas de britadeira": "kkkkkkkk". 


Quanto mais K, mais engraçado. E mais parecido com um gago engasgado com uma palavra difícil ou com uma pessoa em acesso de epilepsia você soa também.

Se indignou? Escreva: "aki, ql eh q eh a tua, rapá!"


Moleque é "Mlk". Daqui a pouco, ao menos no tamanho da palavra, poderemos  confundir com molécula.

Quando não abreviam o que é imprescindível, acrescentam o que é desnecessário. Maldita preguiça do shift!

Por causa dela o "não" vira "naum". O "bão" vira "baum". De bom mesmo pouco se lê.

E os tempos verbais? Pai, perdoai-os, eles não têm a mínima noção do que escrevem!

Escrever é "escreve". Falar é "fala". Ligar é "liga". Passar é "passa". Descer é "desce".  Curtir é "curti". 

E por aí vai. 

A linguagem escrita é um meio codificado de se fazer entender, de se transmitir uma mensagem. O melhor deles. Evoluiu durante muito tempo pra chegar onde estamos.

Muita gente boa defende esse tipo de escrita na internet. Dizem que a net é um lugar pra "relaxar e se divertir", onde não devem se ater à regras tão rígidas. Até concordaria se não estivessem transferindo todos esses erros pras redações, pros sites de informação, para as placas e propagandas.

Chegamos ao ponto de haver uma "instrução oficial" proibindo os professores de corrigir esses erros grosseiros, sob a pena de ser "preconceito linguístico".
E como existem textos "libertários" denunciando esses abusos. Esse "bullying ortográfico". 

Eu sou um preconceituoso! Chicoteiem-me.

Já vi renomados gramáticos e escritores defendendo exatamente aquilo que eu repudio. Dizem que é uma mudança natural. Um processo de renovação da linguagem que acontece de tempos em tempos.

Eu não sei. Pra mim a velocidade dessa transformação é abusiva.

O que antes acontecia no decorrer de décadas ou séculos - do "vossa mercê" pro "vosmecê" e desse pro "você", hoje acontece em questão de dias. 

De horas. Basta um famosinho qualquer "twittar" a nova abreviatura. 

E um milhão de mímicos comportamentais o seguirão. 

Esse direcionamento é perigoso. Será que "evoluiremos" tanto que acabaremos fazendo rabiscos como os que encontramos nas cavernas?

Começo a escrever e quando percebo, lá se vão quase mil palavras. 


E o "manual do blogueiro em busca do sucesso" manda escrever pouco. Sou mesmo um desobediente. 


Quem sabe vocês não continuam esse texto pra mim, citando exemplos nos comentários ou nos posts das comunidades de relacionamento?

As respostas pros meus questionamentos ainda estão sendo escritas. Onde vamos parar é uma incógnita e um exercício de imaginação.

Mas naum é por iço ke eu vo te menas procupaçaum com esses pobrema.